sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cada dia é sempre um novo dia

Faixa etária

4 e 5 anos

Objetivos 

- Aprender sobre o funcionamento dos números num contexto específico: o calendário;

- Familiarizar-se com uma forma particular de organizar a informação, identificando a passagem do tempo apoiado no calendário;
- Utilizar o calendário como forma de organizar acontecimentos e compromissos comuns ao grupo, interpretando a série numérica, compreendendo certas regularidades das medidas de tempo, como dia, mês e ano. 







Conteúdos - Utilização dos números em diferentes contextos;

- Início da medição social do tempo;

- Localização, leitura, interpretação de informação matemática em calendários.


Tempo estimado 

As atividades propostas aqui podem se desenvolvidas ao longo do ano, de forma sistemática: diariamente, uma vez por semana, etc. 







Material necessário calendário tipo folhinha com uma página para cada mês



Desenvolvimento das atividades 


  1. As crianças vêem todos os dias calendários que contem informações de uso habitual, cabe à escola ampliar e sistematizar essas experiências para que todas as crianças possam dar sentido a uma prática. 
  2. O calendário pode ser utilizado para aprender sobre o tempo, mas também como fonte de informação e pesquisa para a leitura e registro de números.
  3. Há diferentes tipos de calendários utilizados socialmente (folhinhas anuais, mensais, semanais) que podem ser utilizados com diferentes funções na escola. As atividades a seguir estão centradas na análise do modelo mais clássico e conhecido.





Atividade 1 – apresentação do calendário: localização da data 





Leve um calendário tipo folhinha para a roda do grupo. Pergunte quem tem um calendário parecido com esse em casa e como é utilizado. Explique que poderão consultá-lo em diferentes momentos: para colocar a data em alguma tarefa, para saber a dia do aniversário dos colegas, do passeio que a turma realizará ou ainda quando precisarem escrever algum número que não conheça.

Diariamente, uma das crianças (o ajudante do dia) será a responsável em localizar a data no calendário e escrevê-la na lousa para que seus colegas possam anotá-la em seus trabalhos. Inicialmente, é provável que você precise ajudar as crianças nessa tarefa, porém, é importante que progressivamente passem a realizar essa tarefa sozinhas, ganhando autonomia.

Encontrar e copiar a data, saber o dia, são atividades interessantes que acontecem ao longo do ano, no entanto, sabemos que aquilo que se faz rotineiramente perde o sentido e deixa de ser um problema para as crianças resolverem. Se você propõe, por exemplo, que a criança “marque no calendário o dia de hoje com um X”, no dia seguinte, para encontrar o número desejado, bastará olhar para o número que está logo depois do X. Desta forma, uma atividade que poderia ser rica e desafiadora transforma-se numa atividade mecânica que não beneficia a aprendizagem. Quando as crianças necessitam encontrar um número no calendário que não tem essas marca precisam colocar em ação diferentes procedimentos .







Atividade 2 – marcar a data de aniversário das crianças do grupo 






Leve o calendário para o centro da roda e ajude as crianças a marcarem a data de aniversário de cada uma. É possível que as crianças ainda não saibam as datas de seus aniversários, portanto, é importante que você consulte previamente as ficha de matricula de cada criança ou pergunte aos os pais ou responsáveis o dia do aniversário de seu filho.

Posteriormente, monte um quadro de aniversariantes da sua classe: coloque o nome, a data do aniversário e a idade de cada um.








janeiro






fevereiro






março






dia






nome






idade






dia






nome






idade






dia






nome






idade






abril






maio






junho






dia






nome






idade






dia






nome






idade






dia






nome






idade






julho






agosto






setembro






dia






nome






idade






dia






nome






idade






dia






nome






idade






outubro






novembro






dezembro






dia






nome






idade






dia






nome






idade






dia






nome






idade

Com o quadro pronto você pode propor questões como: “quantas crianças fazem aniversário no mês de março?” “qual o mês que tem a maior quantidade de crianças fazendo aniversário?”







Atividade 3 – marcar e organizar as atividades e acontecimentos da rotina escolar

 O calendário é um instrumento importante também para organizar a rotina escolar. Novamente leve o calendário para a roda (você pode fazer essa proposta todo início de mês) e ajude as crianças a marcarem os acontecimentos e compromissos importantes do grupo para o ano – feriados, eventos organizados na escola, passeios, etc.

Atividade 4 – situações problema envolvendo a observação de características e regularidades das informações presentes no calendário 







Além da utilização do calendário como instrumento organizador dos acontecimentos e atividades do grupo como, marcar compromissos importantes do grupo, averiguar que dia será o seguinte, localizar as datas de aniversários das crianças, é possível, vez por outra, utilizá-lo para para calcular durações. Por exemplo: quando se deseja saber quantos dias faltam para um passeio, para um aniversário, quantos dias terão para ensaiar uma apresentação que estão preparando ou quantos dias se passaram desde que começou o mês. Você precisará contar junto com as crianças ou colocar uma situação problema para que resolvam.


Você pode propor situações do tipo: “Quantos dias faltam para o passeio para o jardim zoológico?” “Vocês já sabem que ensaiamos toda terça-feira. Então, quantos dias teremos para ensaiar a quadrilha?” “Propor que seus alunos observem a lua no céu durante certo período e marquem no calendário a data em que ela muda de fase .”

As atividades de plantio, como a horta, também permitem trabalhar com a idéia de tempo. Observar qual a melhor época para o plantio de cada semente, calcular quanto tempo será necessário para a planta crescer, marcar os dias de chuva e sol em função da observação do desenvolvimento da planta, fazem parte das tarefas de um “agricultor”.

Avaliação - confecção de um calendário para o ano seguinte
No segundo semestre, depois de já ter trabalhado todo o primeiro semestre com o calendário, você pode propor que as crianças, dividas em grupos, sejam confeccionem um calendário para o ano seguinte.

Para escolher o tema para a ilustração peça que as crianças tragam para escola diferentes calendários e analisem conjuntamente quais são as temáticas de cada um deles. A partir daí cada grupo decide qual será o tema do seu calendário.

Ao confeccionar o calendário as crianças enfrentam problemas relativos a distribuição da informação, suas características e regularidades (sete dias por semana, a quantidade de dias em cada mês, etc.). Por exemplo: Por que a tabela começa sempre com um domingo, mas nem sempre a gente coloca um número ali? Por que alguns dias são vermelhos? Quantas folhas terá o nosso calendário? Para ajudar nessa reflexão você pode propor algumas questões: os meses tem um ano? Quantos dias tem uma semana? Quantas semanas tem um mês? Quantos dias tem cada mês? Quais meses tem 30 dias e quais tem 31? E fevereiro, quantos dias tem? Quantas semanas tem um ano?

Não se esqueça de prever momentos para a produção das ilustrações de cada mês.

Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
- Diseño Curricular para la Educación Inicial (niños de 2 y 3 años e niños de 4 y 5 años),
 Gobierno de la Ciudad Autônoma de Buenos Aires, Secretaria de Educación: http://www.buenosaires.gov.ar/areas/educacion/curricula/inicial.php - Revista Avisalá, nº 25, janeiro de 2006 - O Ensino dos Números no Nível Inicial e no Primeiro Ano da EGB, Susana Wolman – Letras y Números: alternativas didácticas para jardin de infantes y primer ciclo de la EG, comp: Ana Maria Kaufmann, editora Santillana /Argentina, 2000.  
Consultora Priscila Monteiro
Formadora do projeto Matemática É D+ da Fundação Victor Civita e coordenadora da formação em matemática da Rede de São Caetano do Sul

Batalhas numéricas

Faixa etária
4 e 5 anos
Conteúdo
Matemática
Objetivos 
• Dominar progressivamente a leitura e a ordem dos números.
• Comparar e ordenar números com diferentes quantidades de algarismos.

Conteúdo relacionado
Tudo sobre

Conteúdo • Ordenação de números.
• Regularidades do sistema numérico. 

Tempo estimado 

30 minutos, uma vez por semana. 

Organização da sala 
Dois, três ou quatro jogadores.
Materiais necessários 
Batalha Simples: cartas numeradas em seqüência, com intervalos variados (de 1 a 30, de 100 a 150 ou até com centenas e milhares). Batalha de Composição: cinco jogos de cartas numeradas de 0 a 9 (50 cartas).
Desenvolvimento 
• Atividade 1 
Comece com a batalha simples. Distribua as cartas e explique as regras: cada um faz um monte com as faces numeradas para baixo. Todos viram ao mesmo tempo a que está por cima e discutem qual é a maior. O vencedor leva as cartas e as junta ao monte. O jogo termina quando apenas um jogador tiver cartas.
• Atividade 2 Depois de várias partidas, escreva numa folha: "Observe as cartas dos participantes de um jogo de batalha: Pedro (21), Giovanna (9). Quem ganhou? Como decidiu?". Entregue uma cópia para cada criança e, depois das respostas, promova um debate.
• Atividade 3 
Você pode bolar diversas variações para a atividade anterior, com números que permitam analisar outros critérios de comparação:
2345 e 57 - diferentes quantidades de algarismos (quanto mais algarismos, maior o número). 34 e 74 - igual quantidade de algarismos, mudando apenas o da dezena (o primeiro é que manda). 57 e 53- igual quantidade de algarismos, mudando apenas o da unidade (se o primeiro da dezena é igual, o segundo manda). 67 e 76 - mesmos algarismos e na mesma quantidade, mudando apenas a posição (valor posicional). 121 e 89 - quantidades diferentes de algarismos, sendo que o que tem mais apresenta os de menor valor (relação entre o valor absoluto dos algarismos e a posição ocupada por eles).
• Atividade 4 
Quando esse jogo ficar fácil sugira a Batalha de Composição: forme um monte de cartas no centro da mesa deixando as faces numeradas para baixo. Cada jogador vira três e tenta montar o maior número possível. Com os arranjos prontos, o grupo discute qual é o maior. O ganhador leva as cartas. Vence quem finalizar com a maior quantidade delas quando acabarem as da mesa.
Avaliação 
Observe se a turma utiliza critérios de comparação válidos para produzir ordenamentos e peça sempre que justifiquem as respostas.



Consultora Priscila Monteiro
Formadora do programa Matemática é D+, da Fundação Victor Civita.

Números grandes para os pequenos

Faixa etária
4 e 5 anos
Conteúdo
Matemática
Objetivos 
• Registrar números.
• Aprender a escrita numérica.
Conteúdo 
• Sistema numérico.
Tempo estimado 
30 minutos, diariamente.
Materiais necessários 
Tabela numérica, jogo de percurso com dois dados, objetos para colecionar ou materiais escolares.
Desenvolvimento 
• Atividade 1
Entregue uma folha em branco para cada criança anotar os números que você ditar da forma como acha que são. Se uma olhar a do colega, apenas anote que copiou. Se achar que duas produções ficaram muito parecidas, chame os autores e pergunte com tranqüilidade se eles fizeram juntos. Escolha números com diferentes características para o ditado.

- "Opacos": aqueles que não explicitam, em sua forma oral, o princípio aditivo e multiplicativo do sistema de numeração: do 1 ao 15.

- Redondos: 10, 20, 50, 90, 100, 1000.

- Os que explicitam as relações aditivas e multiplicativas: 86 (80 mais 6), 134 (100 mais 30 mais 4) 100 000 (100 vezes 1000).

- Familiares: os de uso social freqüente, que aparecem nas notas de real (100, 50, 20, 10, 5, 2 e 1), moedas (25) e datas (2006, 2007).

- Os que podem ser compostos com base em outros já ditados: 150 (se você já ditou o 100 e o 50).

- Com algarismos iguais: 555, o que pode levar os pequenos a fazer algum tipo de variação na escrita dos algarismos em função de seu valor posicional (500505).

- Os que são formados pelos mesmos algarismos de outro já ditado, porém invertidos: 52 e 25.

Repita essa atividade várias vezes.
• Atividade 2 
Fixe uma tabela numérica na parede. A seqüência pode ser organizada de 10 em 10 (do 1 ao 10 na primeira linha, do 11 ao 20 na segunda etc.) para facilitar a identificação das regularidades. Escreva os números com traços simples, sem desenhos. Ela deve ser consultada quando for preciso lembrar a escrita ou recordar a série. Para estimular o uso, sugira que os pequenos escolham um número e recitem todos os outros até chegar nele, quando param de contar e tentam escrevê-lo. Outra opção é pedir que as crianças façam uma consulta quando não souberem nomear um algarismo. Também nesse caso elas contam sobre a tabela até encontrar a escrita desejada e descobrir o nome.
• Atividade 3 
Sugira um jogo de percurso, em que a garotada percorre uma trilha com base no número que tirou em um dado. Utilize dois dados para que a turma passe da contagem quando o pino anda a quantidade de casas correspondente ao que saiu em um dado para a sobrecontagem: ao tirar 5 e 3, em vez de contar os pontos, um a um, o jogador aprende que é mais rápido partir do dado que traz o maior número e adicionar os pontos do outro, completando 6, 7 e 8.
Avaliação 
Observe os avanços e mude os desafios à medida que as crianças forem chegando mais facilmente às respostas corretas.
Consultora Priscila Monteiro
Coordenadora do programa Matemática é D+, da Fundação Victor Civita.

Não ao preconceito

Faixa etária



4 e 5 anos

Conteúdo




Objetivos 



- Estimular o respeito à diversidade. 



- Formar cidadãos preocupados com a coletividade. 




Tempo estimado 



O ano todo. 







Materiais necessários 



Retalhos de tecidos de diversas cores e estampas, linha, agulha, botões, papel, lápis de cor e giz de cera







Desenvolvimento



Atividade 1 



Reúna a turma em círculo para ouvir você ler histórias que tratem da diversidade e valorizem o respeito à diferença. Peça que todos comentem. A roda de conversa pode ser aproveitada para debater eventuais conflitos gerados por preconceitos. 







Atividade 2 



Convide os pais para fazer, junto com os filhos, uma oficina de bonecos negros. Ofereça o material necessário. 
Depois de prontos, deixe-os à disposição na sala para as brincadeiras ou organize um revezamento para que as crianças possam levá-los para casa. 
Os pequenos criam laços com esses objetos e se reconhecem neles. 







Atividade 3 



Um dos problemas enfrentados pelas crianças negras é relacionado aos cabelos. Não é difícil ouvir algumas falando que gostariam de tê-los lisos. 
Mexer nos cabelos e trocar carinho é uma forma de cuidar delas, romper possíveis barreiras de preconceitos e aprender que não existe cabelo ruim, só estilos diferentes. Sugira que a turma desenhe em uma folha os diferentes tipos de cabelos (textura, cor etc.) que existem. 





Atividade 4 



Peça pesquisas sobre a história de alimentos e músicas de diversas origens. Planeje momentos de degustação e de escuta. As aulas de culinária são momentos ricos para enfocar heranças culturais dos vários grupos que compõem a sociedade brasileira. Conhecer músicas em diferentes línguas é um bom caminho para estimular o respeito pelos diversos grupos humanos. Isso se aplica a todas as formas de arte. 





Avaliação



Observe em brincadeiras e falas se as crianças aceitam bem a diversidade e se todos valorizam suas origens e a auto-imagem.
Lucimar Rosa Dias
Do Ministério da Educação.
Waldete Tristão Farias Oliveira
Formadora de professores, de São Paulo.